As cotas trans são uma estratégia crucial de intervenção e cuidado, atuando como um gesto de reparação histórica e enfrentamento às desigualdades que sistematicamente privam pessoas trans do acesso ao ensino superior. No entanto, essa medida de democratização tem sido contestada, muitas vezes sob a alegação de “ausência de dados” que justifiquem políticas afirmativas específicas. Este argumento, que chamamos de “economia da escassez”, revela um paradoxo, onde o discurso da falta de informação é ativado como uma estratégia de invisibilidade e exclusão injusta. Mas a verdade é que há uma significativa produção de conhecimento que rebate essa ideia!
Diante da suposta “falta de dados”, nosso levantamento visibilizou informações já quantificadas e qualificadas em pesquisas científicas e na produção dos movimentos sociais. A produção acadêmica sobre o tema é vasta, e a própria UFMG conta com 64 trabalhos disponíveis em seu repositório nos últimos 10 anos. Não há falta de dados; há, sim, a necessidade de reconhecer os saberes produzidos dentro, fora e em interlocução com a Universidade, rompendo o monopólio do conhecimento. Os relatórios nacionais de movimentos sociais, por exemplo, oferecem apontamentos críticos e urgentes para o debate, indicando que a discussão sobre cotas deve ir além da autodeclaração, compreendendo todos os fenômenos sociais e políticos que dificultam o acesso.
Para se informar sobre este debate e conferir os dados completos que desconstroem o argumento da “economia da escassez”, acesse nosso documento completo abaixo:

